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Editora:
Arte & Ciência - Apoio UNIMAR
Catálogo sistemático: 1- Literatura espanhola:
Poesia: Antologia
2- Escritores espanhóis: Século XVI: Antologia
Michelangelo Buonanroti (1475-1564) celebrou "La mano che
ubbidisce all'intelletto". Frei Luis de León (1527-l591), com dupla
mão de direção (porque exaltava o rigor construtivo
do músico Francisco Salinas, e porque, nas entrelinhas, como que
auto-definia a própria Poética), em poema célebre,
extasiou-se ante "la música estremada/por vuestra sabia mano gobernada".
Com a publicação da preciosa Antologia
Poética de Frei Luis de León vemos associarem-se às
de Michelangelo, às de Francisco Salinas e às de Frei Luis
de León as mãos sagazes do Professor Luiz Antônio de
Figueiredo.
Sagazes e provadas mãos as deste poeta e professor
universitário, que (como poderão constatar os leitores da
Antologia) sabem entrar em perfeita consonância e concerto com a
natural coralidade da alta poesia do poeta e professor universitário
Frei Luis de León.
A altura cimeira de Frei Luis de León foi proclamada
por ninguém menos do que Cervantes. E, com palavras que muito se
aproximam às do louvor ao poeta Virgílio, feito por Dante
Alighieri na Divina Comédia.
Para além das goethianas "afinidades eletivas",
que avizinham os tradutores dos poetas traduzidos, vale a pena enfatizar
outra via de aproximação entre Frei Luis e o Professor Luiz
Antônio de Figueiredo. Além de poetas e professores universitários,
ambos se empenharam em cumprir "la menos vanidosa y la más abnegada
de las tareas literarias", que é a da tradução, na
opinião ponderável de Jorge Luis Borges.
Esse exercício de tradução do Professor
Luiz Antônio tem, entre outros, o mérito de aproximar os falantes
de língua portuguesa e, de modo especial, os leitores brasileiros,
de uma das vozes poéticas mais relevantes da Literatura Espanhola
e da Weltliteratur da era do Renascimento.
A Editora Arte & Ciência e o Governo do Estado
de São Paulo, ao publicarem esta Antologia Poética de Frei
Luis de León, prestam um serviço relevante à Cultura
Brasileira e às relações fraternas, que unem as línguas
e as culturas de expressão espanhola e portuguesa.
Mas esse circuito literário, esse concerto de
Culturas e de Poesia alarga-se muito mais ainda, porque o poeta espanhol,
humanista e filólogo exímio, aproximou a Cultura Ibérica
de outras matrizes da Cultura Ocidental, através de traduções
e de imitações (como as entendiam os renascentistas e humanistas)
de textos bíblicos (Salmos, Cantares do rei Salomão, Livro
de Job) e textos latinos de Horácio, Virgflio e Sêneca.
Ora, o poeta Luiz Antônio de Figueiredo empenhou
suas mãos sagazes na execução e no concerto poético
com essas fontes sagradas e profanas, em que se dessedentou a alma artística
de Frei Luis de León.
Essa tarefa suplementar (a tradução de
textos bíblicos traduzidos por Frei Luis e a de textos matriciais
da Literatura Latina, que Frei Luis traduziu ou "imitou") permite aos leitores
brasileiros conhecer o extraordinário filólogo espanhol,
hebraísta emérito, que revolucionou e inovou o campo das
traduções bíblicas, e, contemporaneamente, o humanista
perfeito, com trânsito (competente) pelas sendas das Literaturas
Grega e Latina.
Ora, traduzir um tradutor tão competente, significou
possibilitar aos leitores brasileiros conviver, graças ao empenho
de dois tradutores (o espanhol e o brasileiro), com as bases da Cultura
Ocidental: as fontes hebraicas, os textos greco-latinos e as matrizes cristãs.
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